Começou a transformar-se em nuvem depois de ouvir uma canção sobre o crescimento das árvores. Ou, pelo menos, começou a perceber o que podia ser a leveza, o desfazer dos pés, o falar sem som, a compreensão dos peixes, a humidade na cabeça, a impossibilidade de acariciar os rostos que há algum tempo sentia e lhe faziam crescer medos e suores, cores escuras, dormencias, embaraços inesperados, a mudez toda das pedras e dos dentes afiados. Era isso, então, um futuro de nuvem sem poder responder aos chamamentos que não paravam de lhe chegar de vozes próximas, de cães amigos, de mãos acenantes, uma dispersão pelo vento que saía de todas as janelas, olhos fundos, sopros do coração, corpos rápidos, conchas vazias, ar, ar, ar, ar e o chão cada vez mais distante.
Começou a transformar-se em nuvem depois de ouvir uma canção sobre o crescimento das árvores. Ou, pelo menos, começou a perceber o que podia ser a leveza, o desfazer dos pés, o falar sem som, a compreensão dos peixes, a humidade na cabeça, a impossibilidade de acariciar os rostos que há algum tempo sentia e lhe faziam crescer medos e suores, cores escuras, dormencias, embaraços inesperados, a mudez toda das pedras e dos dentes afiados. Era isso, então, um futuro de nuvem sem poder responder aos chamamentos que não paravam de lhe chegar de vozes próximas, de cães amigos, de mãos acenantes, uma dispersão pelo vento que saía de todas as janelas, olhos fundos, sopros do coração, corpos rápidos, conchas vazias, ar, ar, ar, ar e o chão cada vez mais distante.
ResponderEliminarcn, a mala vazia